sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Você sabe quanto a CPTM gasta em acidentes de trabalho? Não!?!

Não fique constrangido se você não souber, pois ela também não sabe. Sabemos apenas quem paga a conta. A CPTM não adota nenhum método ou técnica de avaliação para calcular o custo direto ou indireto de um acidente de trabalho. Sabemos que uma vez ocorrido o acidente os custos não ficam restritos à Empresa, parte do ônus recai sobre as contas públicas.

Quando acontece um acidente de trabalho, os benefícios concedidos são pagos pela Previdência, vejamos:se for um óbito, a pensão é paga para os dependentes do falecido; se for incapacitação funcional temporária há uma compensação salarial durante o afastamento; se ocorrer sequela permanente será paga uma pensão ao acidentado.

Ocorreu um acidente, imediatamente temos a diminuição ou até mesmo a perda do tempo da produção, ou até mesmo a interrupção, paralisação ou atraso no cronograma. Temos também despesas com atendimento de primeiros socorros. Ás vezes ocorre a destruição de equipamentos, daí teremos despesas com a manutenção corretiva. Às vezes acontece perda de material, substituição da mão-de-obra, etc. Esses são os custos diretos que trazem impacto imediato à Empresas.

Os custos considerados indiretos são as indenizações judiciais, trabalhistas, pagamento de altos prêmios de seguro, ações por danos morais e à imagem.Geralmente, as empresas adotam metodologias de avaliação de custos na Segurança do Trabalho, com o objetivo de analisar as variáveis envolvidas em um acidente e os fatores ligados à frequência e gravidade, podendo assim, facilitar as tomadas de decisões sem correr o risco de haver negligência. Atualmente, as perdas de uma empresa com acidentes pessoais, danos à propriedade, meio ambiente estão sendo tratados no enfoque de gerenciamento de risco onde estima-se o custo efetivo dos acidentes para assegurar investimentos no sentido de reduzir os riscos ou até mesmo eliminá-los, viabilizando melhorias no processo, sempre no sentido de diminuir os custos para a empresa e para os cidadãos que sofrem com o impacto direto, devido ao acúmulo de encargos ou aumento da parcela de recolhimento dos contribuintes assumidos pela Previdência Social. 

Tudo isso sem contar, com o aumento no preço do produto oferecido aos clientes, neste caso os usuários (preço da passagem), prejudicando a economia do país, aumento das taxas dos seguros sociais, diminuição da força de trabalho e até mesmo aumento de impostos. Portanto, perguntamos quanto a CPTM está investindo por ano para diminuir os gastos com acidentes de trabalho? Qual é o seu plano de ação e qual é seu objetivo ou meta a ser alcançada? Se ela não fizer esforços para saber, quem pagará a conta mais uma vez, será o cidadão.

Por David Bason - Engenheiro de Segurança e Saúde do Trabalho – SINFERP